Uso de tecnologia na gestão da biblioteca
O uso de tecnologia na gestão das bibliotecas públicas foi um dos focos nas entrevistas a coordenadores de sistemas locais, bem como nas entrevistas com gestores de bibliotecas. A informatização do catálogo do acervo das bibliotecas e o uso de redes sociais e blogs para divulgação do programa (agenda) das bibliotecas foram identificados como os “usos de tecnologia” mais frequentes e significativos nas bibliotecas públicas pesquisadas. Publicar o catálogo informatizado na Internet, e possibilitar que usuários consultem a disponibilidade de um livro a partir de suas casas ou qualquer outro ponto de acesso a internet é privilégio de poucas bibliotecas no país. Entre as bibliotecas da amostra deste estudo, somente as bibliotecas do Sistema da cidade de São Paulo, o Sistema de Guarulhos, a Biblioteca de Piracicaba e Biblioteca do Estado da Bahia oferecem este serviço. Além dessas a Biblioteca Parque de Manguinhos, visitada na fase inicial da pesquisa também oferece este serviço. A informatização do catálogo bibliográfico é compreendida por gestores de biblioteca e coordenadores de sistemas como fator fundamental para intensificar a circulação do acervo.
A Biblioteca do Estado do Acre, Biblioteca da Floresta (Rio Branco, AC), e as municipais de Porto Alegre (RS) e Tramandaí (RS) possuem acervo informatizado mas não disponível na Internet, estas quatro bibliotecas usam o software Biblivre, um software livre e gratuito recomendado pelo SNBP. Entre as bibliotecas pequenas ainda é comum ter o catálogo com registro em fichas ou a inexistência de um catálogo do acervo. Em três bibliotecas pequenas, localizadas em cidades pequenas, foi observado que o registro de empréstimos acontece com escrita manual em um caderno, não existindo nem mesmo um sistema de fichas. Outra biblioteca de pequeno porte usa planilha de Excel para controle do acervo.
Entre as bibliotecas e sistemas que possuem catálogo digitalizado disponível para consulta online todas usam software proprietário para tal serviço. Os software utilizados são : Alexandria, Sophia e Pergamum .
O processo de informatização do catálogo, quando se inicia o uso de software para gestão do acervo e serviços da biblioteca, representa um desafio para as bibliotecas porque toma muito tempo dos funcionários disponíveis. O sistema de bibliotecas da cidade de São Paulo promoveu um edital (concurso público) para contratar uma empresa terceirizada para esta tarefa. Outro desafio mencionado por coordenadores do sistema de São Paulo (capital) é a lentidão do sinal da internet nas bibliotecas que prejudica o trabalho dos funcionários para acessar o acervo e fazer os registros de empréstimo e devolução.
O uso da internet para divulgação do programa da biblioteca ou para divulgação de novas aquisições de acervo foi observado em quase todas as bibliotecas visitadas, exceção feita a algumas pequenas biblioteca do interior com pouco acesso a tecnologia (menos de 10% da amostra). Esta divulgação é feita por funcionários da biblioteca que alimentam blogs e redes sociais como Facebook e Twitter.
A maioria das bibliotecas visitadas, incluindo algumas das grandes bibliotecas, não possui autonomia para criar e gerenciar seu próprio web site. Muitas vezes as Secretarias de Cultura dos governos locais administram diretamente os sites que divulgam as bibliotecas. Estas secretarias gerenciam a divulgação de informações das bibliotecas através dos web sites e demais veículos utilizados pelos governos locais, mas acabam limitando a autonomia das equipes das bibliotecas para interação com as comunidades atendidas. Exceção feita à Biblioteca do Estado São Paulo, Biblioteca de Piracicaba (SP) e Biblioteca da Floresta em Rio Branco (AC), estas possuem seus próprios web sites.
A partir das entrevistas e visitas realizadas, seguidas por análise das redes sociais das bibliotecas foi constatado um uso limitado das redes sociais para articulação de rede ou debate em torno de informações de interesse da comunidade local. A análise das páginas das bibliotecas no Facebook mostra poucos comentários nas postagens originais da biblioteca, indicando o uso deste recurso como veículo informativo sem explorar seu potencial para viabilizar interação e participação da comunidade local.
O uso de tecnologia entre os profissionais que trabalham com coordenação de bibliotecas e com sistemas locais de bibliotecas públicas é menos frequente ou acontece com menor intensidade se comparado a profissionais de outras áreas de conhecimento no Brasil. As entrevistas com coordenadores dos sistemas estaduais e representantes do SNBP revelaram que a comunicação entre o SNBP e as coordenações estaduais e entre estas e as bibliotecas locais poderiam ser otimizadas se fizessem maior uso de tecnologia da informação e comunicação. Esta comunicação vêm melhorando mas ainda é um desafio devido a falta de equipamentos e conexão, mas principalmente pela ausência do hábito ou da cultura de uso de tecnologia por parte dos profissionais envolvidos.
Em 2012 o SNBP deu início ao uso de um ambiente interativo na Internet para fortalecer a comunicação entre os coordenadores de sistemas estaduais e destes com o SNBP. Antes disso a comunicação era limitada a telefone e emails. A velocidade e frequência de resposta a emails era um problema tanto entre SNBP e alguns sistemas locais quanto entre sistemas locais e bibliotecas.
A observação do Encontro Nacional do Sistema de Bibliotecas Públicas é outra fonte que permite constatar como o uso da tecnologia no dia a dia das lideranças deste setor não é algo tão frequente e intenso como acontece com profissionais de outras áreas. Em um evento com duração de uma semana, poucos participantes (menos de 10%) tinham consigo laptops ou tablets. O auditório não contava com sinal de Internet wifi e isso não parecia ser um problema para a grande maioria dos participantes. Contexto que seria bem diferente em conferências de profissionais de outras áreas no Brasil de 2012, quando é comum nestas situações ver os participantes verificar a comunicação com suas bases durante os intervalos, ou mesmo usar dispositivos digitais durante as apresentações para fazer registros (escritos ou multimídia) ou acessar informações complementares sobre o tema em questão.
A Biblioteca Pública do Estado da Bahia conta com muitos bibliotecários, pelo menos um por cada departamento ou sala com exceção do departamento Biblioteca Viva, responsável pela animação cultural da biblioteca e realização de eventos, onde trabalham produtores culturais, historiadores, jornalistas e profissionais de comunicação, é neste setor que acontece o uso mais intenso de tecnologia. Os demais departamentos apresentam várias oportunidades para intensificar o uso de tecnologia.
A atividade de recorte de periódicos para organizar notícias em pastas é um exemplo onde o bibliotecário poderia usar a tecnologia para otimizar o seu tempo e melhorar o serviço de provimento de informações à população. A bibliotecária responsável por tal serviço, no departamento de periódicos da Biblioteca do Estado da Bahia, usa tesoura para recortar artigos dos periódicos impressos, cola para fixar os artigos em folha branca de papel e então arquiva as folhas em pastas que são armazenadas em gavetas com pastas suspensas.
O setor de empréstimos da Biblioteca do Estado da Bahia também poderia se beneficiar ao disponibilizar ao público computadores para consulta do acervo. Nesta biblioteca não é permitida a circulação de usuários entre as estantes do acervo, fato que amplia a necessidade dos usuários em acessar o catálogo bibliográfico informatizado. No momento da visita o setor contava com cinco computadores localizados atrás do balcão de empréstimos, todos com disponibilidade restrita aos funcionários do departamento.
A Biblioteca do Estado do Acre, Biblioteca da Floresta (Rio Branco, AC), e as municipais de Porto Alegre (RS) e Tramandaí (RS) possuem acervo informatizado mas não disponível na Internet, estas quatro bibliotecas usam o software Biblivre, um software livre e gratuito recomendado pelo SNBP. Entre as bibliotecas pequenas ainda é comum ter o catálogo com registro em fichas ou a inexistência de um catálogo do acervo. Em três bibliotecas pequenas, localizadas em cidades pequenas, foi observado que o registro de empréstimos acontece com escrita manual em um caderno, não existindo nem mesmo um sistema de fichas. Outra biblioteca de pequeno porte usa planilha de Excel para controle do acervo.
Entre as bibliotecas e sistemas que possuem catálogo digitalizado disponível para consulta online todas usam software proprietário para tal serviço. Os software utilizados são : Alexandria, Sophia e Pergamum .
O processo de informatização do catálogo, quando se inicia o uso de software para gestão do acervo e serviços da biblioteca, representa um desafio para as bibliotecas porque toma muito tempo dos funcionários disponíveis. O sistema de bibliotecas da cidade de São Paulo promoveu um edital (concurso público) para contratar uma empresa terceirizada para esta tarefa. Outro desafio mencionado por coordenadores do sistema de São Paulo (capital) é a lentidão do sinal da internet nas bibliotecas que prejudica o trabalho dos funcionários para acessar o acervo e fazer os registros de empréstimo e devolução.
O uso da internet para divulgação do programa da biblioteca ou para divulgação de novas aquisições de acervo foi observado em quase todas as bibliotecas visitadas, exceção feita a algumas pequenas biblioteca do interior com pouco acesso a tecnologia (menos de 10% da amostra). Esta divulgação é feita por funcionários da biblioteca que alimentam blogs e redes sociais como Facebook e Twitter.
A maioria das bibliotecas visitadas, incluindo algumas das grandes bibliotecas, não possui autonomia para criar e gerenciar seu próprio web site. Muitas vezes as Secretarias de Cultura dos governos locais administram diretamente os sites que divulgam as bibliotecas. Estas secretarias gerenciam a divulgação de informações das bibliotecas através dos web sites e demais veículos utilizados pelos governos locais, mas acabam limitando a autonomia das equipes das bibliotecas para interação com as comunidades atendidas. Exceção feita à Biblioteca do Estado São Paulo, Biblioteca de Piracicaba (SP) e Biblioteca da Floresta em Rio Branco (AC), estas possuem seus próprios web sites.
A partir das entrevistas e visitas realizadas, seguidas por análise das redes sociais das bibliotecas foi constatado um uso limitado das redes sociais para articulação de rede ou debate em torno de informações de interesse da comunidade local. A análise das páginas das bibliotecas no Facebook mostra poucos comentários nas postagens originais da biblioteca, indicando o uso deste recurso como veículo informativo sem explorar seu potencial para viabilizar interação e participação da comunidade local.
O uso de tecnologia entre os profissionais que trabalham com coordenação de bibliotecas e com sistemas locais de bibliotecas públicas é menos frequente ou acontece com menor intensidade se comparado a profissionais de outras áreas de conhecimento no Brasil. As entrevistas com coordenadores dos sistemas estaduais e representantes do SNBP revelaram que a comunicação entre o SNBP e as coordenações estaduais e entre estas e as bibliotecas locais poderiam ser otimizadas se fizessem maior uso de tecnologia da informação e comunicação. Esta comunicação vêm melhorando mas ainda é um desafio devido a falta de equipamentos e conexão, mas principalmente pela ausência do hábito ou da cultura de uso de tecnologia por parte dos profissionais envolvidos.
Em 2012 o SNBP deu início ao uso de um ambiente interativo na Internet para fortalecer a comunicação entre os coordenadores de sistemas estaduais e destes com o SNBP. Antes disso a comunicação era limitada a telefone e emails. A velocidade e frequência de resposta a emails era um problema tanto entre SNBP e alguns sistemas locais quanto entre sistemas locais e bibliotecas.
A observação do Encontro Nacional do Sistema de Bibliotecas Públicas é outra fonte que permite constatar como o uso da tecnologia no dia a dia das lideranças deste setor não é algo tão frequente e intenso como acontece com profissionais de outras áreas. Em um evento com duração de uma semana, poucos participantes (menos de 10%) tinham consigo laptops ou tablets. O auditório não contava com sinal de Internet wifi e isso não parecia ser um problema para a grande maioria dos participantes. Contexto que seria bem diferente em conferências de profissionais de outras áreas no Brasil de 2012, quando é comum nestas situações ver os participantes verificar a comunicação com suas bases durante os intervalos, ou mesmo usar dispositivos digitais durante as apresentações para fazer registros (escritos ou multimídia) ou acessar informações complementares sobre o tema em questão.
A Biblioteca Pública do Estado da Bahia conta com muitos bibliotecários, pelo menos um por cada departamento ou sala com exceção do departamento Biblioteca Viva, responsável pela animação cultural da biblioteca e realização de eventos, onde trabalham produtores culturais, historiadores, jornalistas e profissionais de comunicação, é neste setor que acontece o uso mais intenso de tecnologia. Os demais departamentos apresentam várias oportunidades para intensificar o uso de tecnologia.
A atividade de recorte de periódicos para organizar notícias em pastas é um exemplo onde o bibliotecário poderia usar a tecnologia para otimizar o seu tempo e melhorar o serviço de provimento de informações à população. A bibliotecária responsável por tal serviço, no departamento de periódicos da Biblioteca do Estado da Bahia, usa tesoura para recortar artigos dos periódicos impressos, cola para fixar os artigos em folha branca de papel e então arquiva as folhas em pastas que são armazenadas em gavetas com pastas suspensas.
O setor de empréstimos da Biblioteca do Estado da Bahia também poderia se beneficiar ao disponibilizar ao público computadores para consulta do acervo. Nesta biblioteca não é permitida a circulação de usuários entre as estantes do acervo, fato que amplia a necessidade dos usuários em acessar o catálogo bibliográfico informatizado. No momento da visita o setor contava com cinco computadores localizados atrás do balcão de empréstimos, todos com disponibilidade restrita aos funcionários do departamento.