Tecnologias da Informação e Comunicação e Desenvolvimento Socioeconômico
Em uma época onde as oportunidades de educação, desenvolvimento profissional e participação social dependem do acesso a Internet, a falta deste acesso significa a falta de oportunidades. Em 2011, diante da crescente importância das oportunidades de desenvolvimento socioeconômico oferecidas através da Internet, a Organização das Nações Unidas determinou, no relatório do seu Conselho de Direitos Humanos, que o acesso a Internet passasse a ser considerado um recurso fundamental para promoção dos direitos humanos. A igualdade de oportunidades na era digital exige que todas as pessoas, especialmente as populações mais pobres, tenham acesso às informações disponíveis online bem como desenvolvam habilidades mínimas para navegar na Internet e usufruir das informações disponíveis.[1]
A expressão “Tecnologias da Informação e Comunicação para o Desenvolvimento”, sintetiza a convergência de várias áreas de conhecimento usadas em pesquisas e políticas públicas que estudam e traçam diretrizes para o uso de computadores, internet e outras tecnologias digitais na promoção de desenvolvimento socioeconômico e de direitos humanos. O termo é pouco conhecido entre os brasileiros, se comparado com a movimentação e o volume de publicações em torno dele no exterior. Conhecido como ICT4D entre pesquisadores e ativistas internacionais, devido as iniciais da mesma expressão em inglês Information and Communication Technology for Development.
A teoria que fundamenta pesquisas e políticas públicas nessa área defende que quanto maior a quantidade e a qualidade de informação e comunicação melhor será o desenvolvimento de uma sociedade. Além da relação óbvia com tecnologia, o tema “Tecnologias para o Desenvolvimento” envolve outras áreas de estudo. Cada letra da sigla original ICT4D relaciona-se com uma ou mais áreas de conhecimento, sendo “I” relacionado com as ciências da informação e biblioteconomia; “C” com estudos na área de comunicação; T com sistemas de informação; e “D” com o estudo do desenvolvimento que busca equalizar o acesso à tecnologia e aplicá-la como recurso para o desenvolvimento socioeconômico. Os países em desenvolvimento lideram a aplicação de programas nessa área, eles buscam evitar que a exclusão do acesso à tecnologia amplie as diferenças sociais, mas também estabelecer estratégias de uso de tecnologias digitais para a redução de pobreza (HEEKS & MOLLA, 2009).
No início da década de 2.000 o lançamento dos “Objetivos do Milênio”, aliado ao crescente uso de Internet nos países mais ricos, motivou as nações em desenvolvimento a investirem em infraestrutura de tecnologia e programas que promovessem o uso de tecnologia para a melhoria da qualidade de vida de suas populações. A aplicação mais frequente foi a criação de telecentros com o objetivo de disseminar informações em questões como saúde, educação, agricultura e serviços de governo eletrônico em comunidades pobres. Telecentros são conhecidos popularmente em vários países como locais que oferecem acesso a computadores e internet para qualquer pessoa, de forma gratuita ou a preços compatíveis com as possibilidades da população local. No Brasil o conceito de telecentro presume a gratuidade do acesso tecnologia.
Nas últimas décadas o campo “Tecnologias para o Desenvolvimento” consolidou-se como uma área de pesquisa interdisciplinar com um número crescente de congressos internacionais, workshops e publicações; ações decorrentes da necessidade de validação científica de diretrizes e resultados que possam avaliar a efetividade dos projetos em andamento em diversos países. Pesquisas recentes (GOMEZ, 2011; SEY et all, 2013) mostram que em diversos países os telecentros se caracterizam como um, entre três tipos de centros públicos mais frequentes. Os outros locais onde as pessoas buscam acesso a computadores e internet são cibercafés (ou LAN houses) e bibliotecas públicas. Um dos desafios enfrentados por estes centros de acesso público é o desenvolvimento de habilidades de atendentes e usuários para que estes usufruam da tecnologia e da informação disponível na rede para promoção de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.
No Brasil menos da metade da população consegue acessar a internet com recursos próprios. A Internet está presente em apenas 38 % dos domicílios brasileiros (CGI.BR, 2011, p.154), dado que nos permite deduzir que mais de 60% da população depende de pontos públicos de acesso se desejar usar a internet sem pedir favor a amigos, vizinhos ou familiares.
A distribuição de computadores e acesso nos lares brasileiros é proporcional a renda das famílias. De acordo com CGI.BR (2011) o computador está presente em 93% dos lares com renda acima de 10 salários mínimos e em apenas 10% dos lares com renda igual ou inferior a um salário mínimo. Já a conexão a Internet acontece em 91 % dos domicílios com renda superior a 10 salários mínimos e apenas em 6% dos lares com renda igual ou inferior a um salário mínimo (CGI.BR, 2011).
A análise da quantidade de usuários de internet, independente da disponibilidade de acesso no domicílio, revela que 53% da população brasileira já acessou a Internet, e 45% dos brasileiros acessou a rede pelo menos uma vez nos últimos 3 meses. Estes dados demonstram que as políticas de promoção ao acesso às tecnologias da informação e comunicação no Brasil ainda não conseguiram atingir a metade da população brasileira.
Entre os brasileiros que usam a internet é crescente o número de pessoas que acessa a rede a partir de suas casas e decrescente o acesso em centros públicos pagos (cibercafés ou lanhouses). Os centros públicos de acesso gratuito aparecem com menor expressão quantitativa, somente 6% dos usuários brasileiros costumam acessar a internet a partir destes centros. O gráfico elaborado pelo CGI.BR (2011. P.161) demonstra a evolução dos locais de uso de computadores e internet nos últimos anos, o gráfico limita-se a área urbana pois a pesquisa não incluía a área rural em suas edições iniciais.
A expressão “Tecnologias da Informação e Comunicação para o Desenvolvimento”, sintetiza a convergência de várias áreas de conhecimento usadas em pesquisas e políticas públicas que estudam e traçam diretrizes para o uso de computadores, internet e outras tecnologias digitais na promoção de desenvolvimento socioeconômico e de direitos humanos. O termo é pouco conhecido entre os brasileiros, se comparado com a movimentação e o volume de publicações em torno dele no exterior. Conhecido como ICT4D entre pesquisadores e ativistas internacionais, devido as iniciais da mesma expressão em inglês Information and Communication Technology for Development.
A teoria que fundamenta pesquisas e políticas públicas nessa área defende que quanto maior a quantidade e a qualidade de informação e comunicação melhor será o desenvolvimento de uma sociedade. Além da relação óbvia com tecnologia, o tema “Tecnologias para o Desenvolvimento” envolve outras áreas de estudo. Cada letra da sigla original ICT4D relaciona-se com uma ou mais áreas de conhecimento, sendo “I” relacionado com as ciências da informação e biblioteconomia; “C” com estudos na área de comunicação; T com sistemas de informação; e “D” com o estudo do desenvolvimento que busca equalizar o acesso à tecnologia e aplicá-la como recurso para o desenvolvimento socioeconômico. Os países em desenvolvimento lideram a aplicação de programas nessa área, eles buscam evitar que a exclusão do acesso à tecnologia amplie as diferenças sociais, mas também estabelecer estratégias de uso de tecnologias digitais para a redução de pobreza (HEEKS & MOLLA, 2009).
No início da década de 2.000 o lançamento dos “Objetivos do Milênio”, aliado ao crescente uso de Internet nos países mais ricos, motivou as nações em desenvolvimento a investirem em infraestrutura de tecnologia e programas que promovessem o uso de tecnologia para a melhoria da qualidade de vida de suas populações. A aplicação mais frequente foi a criação de telecentros com o objetivo de disseminar informações em questões como saúde, educação, agricultura e serviços de governo eletrônico em comunidades pobres. Telecentros são conhecidos popularmente em vários países como locais que oferecem acesso a computadores e internet para qualquer pessoa, de forma gratuita ou a preços compatíveis com as possibilidades da população local. No Brasil o conceito de telecentro presume a gratuidade do acesso tecnologia.
Nas últimas décadas o campo “Tecnologias para o Desenvolvimento” consolidou-se como uma área de pesquisa interdisciplinar com um número crescente de congressos internacionais, workshops e publicações; ações decorrentes da necessidade de validação científica de diretrizes e resultados que possam avaliar a efetividade dos projetos em andamento em diversos países. Pesquisas recentes (GOMEZ, 2011; SEY et all, 2013) mostram que em diversos países os telecentros se caracterizam como um, entre três tipos de centros públicos mais frequentes. Os outros locais onde as pessoas buscam acesso a computadores e internet são cibercafés (ou LAN houses) e bibliotecas públicas. Um dos desafios enfrentados por estes centros de acesso público é o desenvolvimento de habilidades de atendentes e usuários para que estes usufruam da tecnologia e da informação disponível na rede para promoção de desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida.
No Brasil menos da metade da população consegue acessar a internet com recursos próprios. A Internet está presente em apenas 38 % dos domicílios brasileiros (CGI.BR, 2011, p.154), dado que nos permite deduzir que mais de 60% da população depende de pontos públicos de acesso se desejar usar a internet sem pedir favor a amigos, vizinhos ou familiares.
A distribuição de computadores e acesso nos lares brasileiros é proporcional a renda das famílias. De acordo com CGI.BR (2011) o computador está presente em 93% dos lares com renda acima de 10 salários mínimos e em apenas 10% dos lares com renda igual ou inferior a um salário mínimo. Já a conexão a Internet acontece em 91 % dos domicílios com renda superior a 10 salários mínimos e apenas em 6% dos lares com renda igual ou inferior a um salário mínimo (CGI.BR, 2011).
A análise da quantidade de usuários de internet, independente da disponibilidade de acesso no domicílio, revela que 53% da população brasileira já acessou a Internet, e 45% dos brasileiros acessou a rede pelo menos uma vez nos últimos 3 meses. Estes dados demonstram que as políticas de promoção ao acesso às tecnologias da informação e comunicação no Brasil ainda não conseguiram atingir a metade da população brasileira.
Entre os brasileiros que usam a internet é crescente o número de pessoas que acessa a rede a partir de suas casas e decrescente o acesso em centros públicos pagos (cibercafés ou lanhouses). Os centros públicos de acesso gratuito aparecem com menor expressão quantitativa, somente 6% dos usuários brasileiros costumam acessar a internet a partir destes centros. O gráfico elaborado pelo CGI.BR (2011. P.161) demonstra a evolução dos locais de uso de computadores e internet nos últimos anos, o gráfico limita-se a área urbana pois a pesquisa não incluía a área rural em suas edições iniciais.
A primeira vista tais dados podem aparentar que os pontos públicos de acesso, estão perdendo importância no cenário brasileiro de acesso à internet. Contudo, é importante notar que este gráfico monitora apenas o local onde a metade da população brasileira acessa a Internet, isto é, onde aqueles que usam a internet costumam utilizá-la. A outra metade da população brasileira não está representada neste gráfico. Ainda que 69% dos usuários de áreas urbanas acessem a internet em casa, é importante lembrar que apenas 38% dos lares brasileiros possuem acesso à internet. Com objetivo de identificar oportunidades de fortalecimento do tema “Tecnologias para o Desenvolvimento” no Brasil, duas perguntas emergem deste cenário:
A partir de análise da pesquisa CGI.BR (2011), que usou dados coletados de novembro de 2011 a janeiro de 2012 em 25.000 domicílios brasileiros, identifica-se que o principal motivo para a falta de computador no domicílio, apontado por 70% dos respondentes, é o alto custo do equipamento. Entre os domicílios que possuem computador, mas não possuem acesso à internet, o motivo mais frequente para ausência de internet na residência também é o alto custo da conexão (48% ), seguido pela ausência de disponibilidade de internet na área (25%), possibilidade de ter acesso em outro local (18%), desinteresse (14%) e falta de habilidade (10%) . Nas áreas rurais, onde 90% dos domicílios não possui conexão a internet, a indisponibilidade da tecnologia na região é o que prevalece como argumento (54%), seguida do custo elevado (33%), em proporções relativamente inversas às das áreas urbanas, onde o custo tem maior importância (50%) se comparado à falta de disponibilidade (21%).
Entre os domicílios de menor poder aquisitivo, cujas famílias são consideradas classes D e E, 95% não possui acesso a Internet, informação coerente com as respostas dos entrevistados as quais apontam o alto custo de equipamentos e de conexão a Internet como o principal motivo para não usufruir da tecnologia no domicílio.
A desigualdade também se reflete no uso da rede quando se analisa a população independente de ter ou não acesso no domicílio. Entre os brasileiros com 10 anos ou mais, 55% não são usuários de Internet, ou seja, são pessoas que não utilizaram o recurso nos três meses anteriores ao momento da entrevista. O percentual de não usuários sobe para 86 % entre os mais pobres ( Classes E e D) e para 82% entre os residentes em áreas rurais (CGI BR, 2011 - Tabela Local de Acesso a Internet p. 452).
Entre os brasileiros considerados usuários de internet, o local mais comum para acesso à rede é o domicílio (67%), seguido pelo local de trabalho (29%), casa de outra pessoa e centros de acesso pagos ambos com 28%, escola (16%), via celular em qualquer local (15%), e centros de acesso gratuitos (6%). A partir desses dados conclui-se que 34% dos usuários brasileiros acessam a internet em centros públicos de acesso, sejam eles pagos (cibercafés ou Lanhouses) ou gratuitos (telecentros, bibliotecas).
Analisando especificamente a população menos favorecida, Classes sociais D e E, o cenário inverte-se consideravelmente: 69 % dos usuários acessa internet em centros público de acesso (60% em centros pagos e 9% em centros gratuitos), 33% na casa de outra pessoa, 21% em sua residência, 19% na escola, 13% via celular e apenas 9% no trabalho.
Esta análise demonstra que os Pontos Públicos de acesso às tecnologias de informação e comunicação são muito significativos no provimento de acesso à população menos favorecida, mas também que o país ainda tem um grande desafio pela frente: oportunizar acesso para 86% da população menos favorecida (classes D e E).
O cenário dos pontos públicos de acesso às tecnologias da informação e comunicação foi alvo de análise do “Global Impact Study”. Um estudo coordenado pela Universidade de Washignton e aplicado em vários países com objetivo de identificar o impacto do acesso público às tecnologias da informação e comunicação. (SEY et all, 2013). A Fundação Pensamento Digital foi responsável pela condução da pesquisa Global Impact Study (GIS) no Brasil, com a aplicação de questionários a 966 usuários de 242 centros públicos de acesso distribuídos nas 5 grandes regiões geográficas brasileiras. Entre os usuários entrevistados pelo GIS no Brasil 31,2% possui renda Familiar mensal de dois a três salários mínimos e 22% se enquadra na faixa de renda entre um e dois salários mínimos.
Quando questionados sobre qual o impacto mais significativo que os centros de acesso à tecnologia exercem em suas vidas, a maioria dos usuários entrevistados pelo GIS Brasil apontou o entretenimento, ficando comunicação em segundo lugar seguida por aprendizagem como terceiro tema mais impactado pelo uso dos centros públicos de acesso (ALVES & VOELCKER, 2013).
A pesquisa GIS Brasil também investigou se os usuários buscam informações online nos centros, entre os entrevistados, apenas 24% afirmou que costuma ir ao centro de acesso em busca de informações, entre eles 88% declarou que o objetivo da busca está relacionado a educação, seguida de 69% relacionada a entretenimento e 58% emprego ou oportunidade de trabalho.
- Por que a metade da população brasileira não acessa a internet?
- Onde os usuários mais pobres acessam a internet?
A partir de análise da pesquisa CGI.BR (2011), que usou dados coletados de novembro de 2011 a janeiro de 2012 em 25.000 domicílios brasileiros, identifica-se que o principal motivo para a falta de computador no domicílio, apontado por 70% dos respondentes, é o alto custo do equipamento. Entre os domicílios que possuem computador, mas não possuem acesso à internet, o motivo mais frequente para ausência de internet na residência também é o alto custo da conexão (48% ), seguido pela ausência de disponibilidade de internet na área (25%), possibilidade de ter acesso em outro local (18%), desinteresse (14%) e falta de habilidade (10%) . Nas áreas rurais, onde 90% dos domicílios não possui conexão a internet, a indisponibilidade da tecnologia na região é o que prevalece como argumento (54%), seguida do custo elevado (33%), em proporções relativamente inversas às das áreas urbanas, onde o custo tem maior importância (50%) se comparado à falta de disponibilidade (21%).
Entre os domicílios de menor poder aquisitivo, cujas famílias são consideradas classes D e E, 95% não possui acesso a Internet, informação coerente com as respostas dos entrevistados as quais apontam o alto custo de equipamentos e de conexão a Internet como o principal motivo para não usufruir da tecnologia no domicílio.
A desigualdade também se reflete no uso da rede quando se analisa a população independente de ter ou não acesso no domicílio. Entre os brasileiros com 10 anos ou mais, 55% não são usuários de Internet, ou seja, são pessoas que não utilizaram o recurso nos três meses anteriores ao momento da entrevista. O percentual de não usuários sobe para 86 % entre os mais pobres ( Classes E e D) e para 82% entre os residentes em áreas rurais (CGI BR, 2011 - Tabela Local de Acesso a Internet p. 452).
- Apenas 14% da população brasileira das classes sociais D e E são usuários de Internet.
Entre os brasileiros considerados usuários de internet, o local mais comum para acesso à rede é o domicílio (67%), seguido pelo local de trabalho (29%), casa de outra pessoa e centros de acesso pagos ambos com 28%, escola (16%), via celular em qualquer local (15%), e centros de acesso gratuitos (6%). A partir desses dados conclui-se que 34% dos usuários brasileiros acessam a internet em centros públicos de acesso, sejam eles pagos (cibercafés ou Lanhouses) ou gratuitos (telecentros, bibliotecas).
Analisando especificamente a população menos favorecida, Classes sociais D e E, o cenário inverte-se consideravelmente: 69 % dos usuários acessa internet em centros público de acesso (60% em centros pagos e 9% em centros gratuitos), 33% na casa de outra pessoa, 21% em sua residência, 19% na escola, 13% via celular e apenas 9% no trabalho.
- 69% dos usuários de internet das classes sociais D e E usa pontos públicos de acesso às tecnologias da informação e comunicação.
Esta análise demonstra que os Pontos Públicos de acesso às tecnologias de informação e comunicação são muito significativos no provimento de acesso à população menos favorecida, mas também que o país ainda tem um grande desafio pela frente: oportunizar acesso para 86% da população menos favorecida (classes D e E).
- Como ampliar o acesso aos menos favorecidos?
- Seria a solução a replicação dos pontos público de acesso?
- Ou seriam necessárias alterações no modelo dos pontos públicos de acesso existentes?
O cenário dos pontos públicos de acesso às tecnologias da informação e comunicação foi alvo de análise do “Global Impact Study”. Um estudo coordenado pela Universidade de Washignton e aplicado em vários países com objetivo de identificar o impacto do acesso público às tecnologias da informação e comunicação. (SEY et all, 2013). A Fundação Pensamento Digital foi responsável pela condução da pesquisa Global Impact Study (GIS) no Brasil, com a aplicação de questionários a 966 usuários de 242 centros públicos de acesso distribuídos nas 5 grandes regiões geográficas brasileiras. Entre os usuários entrevistados pelo GIS no Brasil 31,2% possui renda Familiar mensal de dois a três salários mínimos e 22% se enquadra na faixa de renda entre um e dois salários mínimos.
Quando questionados sobre qual o impacto mais significativo que os centros de acesso à tecnologia exercem em suas vidas, a maioria dos usuários entrevistados pelo GIS Brasil apontou o entretenimento, ficando comunicação em segundo lugar seguida por aprendizagem como terceiro tema mais impactado pelo uso dos centros públicos de acesso (ALVES & VOELCKER, 2013).
A pesquisa GIS Brasil também investigou se os usuários buscam informações online nos centros, entre os entrevistados, apenas 24% afirmou que costuma ir ao centro de acesso em busca de informações, entre eles 88% declarou que o objetivo da busca está relacionado a educação, seguida de 69% relacionada a entretenimento e 58% emprego ou oportunidade de trabalho.
Busca de informações, GIS Brasil, 2012 (ALVES & VOELCKER, 2013)
O uso da internet também foi investigado pelo CGI BR 2011, ao filtrar os dados do CGI BR selecionando somente as classes D e E, constatam-se semelhanças com as atividades dos usuários de centros públicos de acesso apontados pelo GIS Brasil.
Os dados da pesquisa do CGI de 2011 que analisam o uso da internet no país (sem restrição a local de uso) apontam que 47 % dos usuários das classes sociais D e E declararam que as atividades que mais desenvolvem na internet são aquelas relacionadas a busca de informações sobre diversão e entretenimento, em segundo lugar, apontado por 39% dos usuários aparecem informações sobre bens e serviços. Os dados do CGI BR 2011 informaram também que 29% dos usuários de internet da classe D e E declararam não buscam informações na internet.
Os dados da pesquisa do CGI de 2011 que analisam o uso da internet no país (sem restrição a local de uso) apontam que 47 % dos usuários das classes sociais D e E declararam que as atividades que mais desenvolvem na internet são aquelas relacionadas a busca de informações sobre diversão e entretenimento, em segundo lugar, apontado por 39% dos usuários aparecem informações sobre bens e serviços. Os dados do CGI BR 2011 informaram também que 29% dos usuários de internet da classe D e E declararam não buscam informações na internet.
O uso da internet para buscar informações para saúde é comum a 22% dos usuários das classes D e E , um percentual bem inferior aos 67% dos usuários da classe A que usam a internet com esta finalidade. Situação semelhante acontece com a busca de informações em sites de enciclopédias virtuais, atividade apontada por 20% dos usuários das classes D e E, e citada por 65% dos usuários da classe A (CGI.BR, 2011).
Considerando que a maior parte dos usuários de internet das classes D e E (69%) utiliza a rede em pontos público de acesso, conduzimos algumas análises que envolvem ambos os grupos: os usuários de centros de acesso público tendo como base os dados do GIS Brasil coletados em 2010 e 2011 e os usuários das classes D e E que usam internet em qualquer local, a partir dos dados do CGI.BR (2011).
Observa-se que tanto o uso da internet em pontos públicos de acesso a informação quanto o uso da internet (em qualquer local) pelas classes sociais menos favorecidas (D de E) apresentam a predominância de atividades com intenção de diversão ou entretenimento.
Uma diferença significativa entre estes dois grupos aparece na educação. Os usuários de centros públicos apontam a educação como a terceira área em que o centro de acesso impacta de forma mais significativa em sua vida e como o principal tema de busca de informações (ainda que apenas 24% dos usuários de centros de acesso busquem informações). Já a análise dos usuários de classes D e E mostra que um grupo bem maior (71%) usa a internet para buscar informações, porém eles apontam outros assuntos como prioritários em suas buscas. Além do entretenimento (47%) as buscas deste grupo focam-se em torno de bens e serviços (39%) ficando a educação ou aprendizagem (relacionada com buscas em enciclopédias) apontada por apenas 20% dos respondentes. Uma hipótese para explicar essa diferença é a idade dos usuários de centros de acesso, pois o GIS Brasil constatou que 62% deles menor de 24 anos, sendo mais provável o seu envolvimento com atividades educacionais.
A saúde aparece como interesse de poucos usuários de ambos os grupos, ela é citada por 3,6 % dos usuários de centros de acesso (15% dos 24% dos usuários que buscam informações) e em 15% dos usuários das classe D e E (22% entre os 71% que buscam informações). Novamente a faixa etária pode ser a explicação, pois usuários mais velhos tendem a ter mais interesse nas questões de saúde.
Quanto aos demais temas relacionados a desenvolvimento os usuários de ambos os grupos mostraram que a tecnologia é significativa em suas vidas na busca de emprego, mas não manifestaram-se de maneira expressiva em objetivos relacionados a desenvolvimento sócio econômico, como geração de renda, governo eletrônico, participação cidadã, questões relacionadas a minorias, melhoria da comunidade, melhoria do domicílio ou educação familiar.
A pesquisa GIS Brasil aponta que 74% dos operadores ou atendentes dos centros públicos de acesso visitados não recebeu formação alguma ao ingressar nos centros. Presume-se que a ausência de informação dos atendentes destes centros contribua para os baixo índices de uso da internet neste locais para causas ligadas ao desenvolvimento socioeconômico.
Sabendo-se que o uso espontâneo da internet nas classes menos favorecidas da população brasileira não envolve ou envolve poucas motivações relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico, assume-se a necessidade de que os pontos públicos de acesso desenvolvam estratégias que envolvam, motivem e orientem seus usuários a usar a informação para melhoria de sua qualidade de vida.
As bibliotecas ocupam apenas um pequeno segmento da amostra analisada na pesquisa GIS Brasil. Elas são pouco significativas em termos quantitativos no cenário nacional de Tecnologias para o Desenvolvimento. As políticas públicas nacionais de acesso às tecnologias digitais ou de inclusão digital distribuem computadores e conexão a internet para ONGs, Centros comunitários, centros de assistência social outras repartições públicas e bibliotecas.
Ainda que em menor número entre os pontos públicos de acesso a informação, as bibliotecas públicas são as organizações que contam com equipes maiores, compostas por profissionais com mais formação e com menor rotatividade se comparadas às Lanhouses (pequenos empreendimentos privados em geral de curta duração) e aos telecentros cujos atendentes são, em geral, jovens bolsistas remunerados por programas de inclusão digital de curta duração. As bibliotecas públicas são organizações integradas às políticas públicas de governo e trazem em suas missões entre outros objetivos, o acesso a informação. Ainda que no momento as bibliotecas brasileiras tenham foco na área cultural e na promoção da leitura, supõe-se que elas sejam potencias centros para o desenvolvimento de formas de uso de tecnologia que proporcionem desenvolvimento ou melhoria da qualidade de vida em especial das populações menos favorecidas no Brasil.
Esta pesquisa parte da hipótese de que as bibliotecas públicas, como centros públicos de acesso às tecnologias da informação e comunicação, embora pouco significativas quantitativamente, podem se constituir como a melhor opção para o desenvolvimento de um piloto de uso de tecnologia para o desenvolvimento no Brasil.
Supõe-se que seja no ecossistema das bibliotecas públicas brasileiras que possa ser fortalecido o conceito de informação para o desenvolvimento. Acredita-se que as bibliotecas sejam o ambiente mais adequado para pilotar e desenvolver programas que estimulem a circulação de informação relevante para melhoria da qualidade de vida e redução da pobreza das comunidades usuárias, e construam uma cultura que, liderada pelas bibliotecas, possa ser disseminada naturalmente através de outros centros públicos de acesso a tecnologia e a informação como telecentros, cibercafés, lanhouses e população com acesso privado.
Considerando que a maior parte dos usuários de internet das classes D e E (69%) utiliza a rede em pontos público de acesso, conduzimos algumas análises que envolvem ambos os grupos: os usuários de centros de acesso público tendo como base os dados do GIS Brasil coletados em 2010 e 2011 e os usuários das classes D e E que usam internet em qualquer local, a partir dos dados do CGI.BR (2011).
Observa-se que tanto o uso da internet em pontos públicos de acesso a informação quanto o uso da internet (em qualquer local) pelas classes sociais menos favorecidas (D de E) apresentam a predominância de atividades com intenção de diversão ou entretenimento.
Uma diferença significativa entre estes dois grupos aparece na educação. Os usuários de centros públicos apontam a educação como a terceira área em que o centro de acesso impacta de forma mais significativa em sua vida e como o principal tema de busca de informações (ainda que apenas 24% dos usuários de centros de acesso busquem informações). Já a análise dos usuários de classes D e E mostra que um grupo bem maior (71%) usa a internet para buscar informações, porém eles apontam outros assuntos como prioritários em suas buscas. Além do entretenimento (47%) as buscas deste grupo focam-se em torno de bens e serviços (39%) ficando a educação ou aprendizagem (relacionada com buscas em enciclopédias) apontada por apenas 20% dos respondentes. Uma hipótese para explicar essa diferença é a idade dos usuários de centros de acesso, pois o GIS Brasil constatou que 62% deles menor de 24 anos, sendo mais provável o seu envolvimento com atividades educacionais.
A saúde aparece como interesse de poucos usuários de ambos os grupos, ela é citada por 3,6 % dos usuários de centros de acesso (15% dos 24% dos usuários que buscam informações) e em 15% dos usuários das classe D e E (22% entre os 71% que buscam informações). Novamente a faixa etária pode ser a explicação, pois usuários mais velhos tendem a ter mais interesse nas questões de saúde.
Quanto aos demais temas relacionados a desenvolvimento os usuários de ambos os grupos mostraram que a tecnologia é significativa em suas vidas na busca de emprego, mas não manifestaram-se de maneira expressiva em objetivos relacionados a desenvolvimento sócio econômico, como geração de renda, governo eletrônico, participação cidadã, questões relacionadas a minorias, melhoria da comunidade, melhoria do domicílio ou educação familiar.
A pesquisa GIS Brasil aponta que 74% dos operadores ou atendentes dos centros públicos de acesso visitados não recebeu formação alguma ao ingressar nos centros. Presume-se que a ausência de informação dos atendentes destes centros contribua para os baixo índices de uso da internet neste locais para causas ligadas ao desenvolvimento socioeconômico.
Sabendo-se que o uso espontâneo da internet nas classes menos favorecidas da população brasileira não envolve ou envolve poucas motivações relacionadas ao desenvolvimento socioeconômico, assume-se a necessidade de que os pontos públicos de acesso desenvolvam estratégias que envolvam, motivem e orientem seus usuários a usar a informação para melhoria de sua qualidade de vida.
As bibliotecas ocupam apenas um pequeno segmento da amostra analisada na pesquisa GIS Brasil. Elas são pouco significativas em termos quantitativos no cenário nacional de Tecnologias para o Desenvolvimento. As políticas públicas nacionais de acesso às tecnologias digitais ou de inclusão digital distribuem computadores e conexão a internet para ONGs, Centros comunitários, centros de assistência social outras repartições públicas e bibliotecas.
Ainda que em menor número entre os pontos públicos de acesso a informação, as bibliotecas públicas são as organizações que contam com equipes maiores, compostas por profissionais com mais formação e com menor rotatividade se comparadas às Lanhouses (pequenos empreendimentos privados em geral de curta duração) e aos telecentros cujos atendentes são, em geral, jovens bolsistas remunerados por programas de inclusão digital de curta duração. As bibliotecas públicas são organizações integradas às políticas públicas de governo e trazem em suas missões entre outros objetivos, o acesso a informação. Ainda que no momento as bibliotecas brasileiras tenham foco na área cultural e na promoção da leitura, supõe-se que elas sejam potencias centros para o desenvolvimento de formas de uso de tecnologia que proporcionem desenvolvimento ou melhoria da qualidade de vida em especial das populações menos favorecidas no Brasil.
Esta pesquisa parte da hipótese de que as bibliotecas públicas, como centros públicos de acesso às tecnologias da informação e comunicação, embora pouco significativas quantitativamente, podem se constituir como a melhor opção para o desenvolvimento de um piloto de uso de tecnologia para o desenvolvimento no Brasil.
Supõe-se que seja no ecossistema das bibliotecas públicas brasileiras que possa ser fortalecido o conceito de informação para o desenvolvimento. Acredita-se que as bibliotecas sejam o ambiente mais adequado para pilotar e desenvolver programas que estimulem a circulação de informação relevante para melhoria da qualidade de vida e redução da pobreza das comunidades usuárias, e construam uma cultura que, liderada pelas bibliotecas, possa ser disseminada naturalmente através de outros centros públicos de acesso a tecnologia e a informação como telecentros, cibercafés, lanhouses e população com acesso privado.