Recomendações - Plano de Integração de Tecnologia e Bibliotecas Produtoras
Considera-se recomendável que as intervenções iniciais aconteçam alinhadas com as motivações dos sujeitos envolvidos com a biblioteca pública no país. Pouco adiantará investir em equipamentos, conexão e dar formação para equipes de bibliotecas se a Biblioteca Pública brasileira não desejar percorrer novos caminhos. É importante que o processo de inovação nasça de dentro da biblioteca, que ela seja provocada com a apresentação de novas possibilidades, que desperte motivações e então conheça oportunidades e caminhos a percorrer para desenvolver novos serviços. É preciso que a biblioteca pública compreenda as funções da tecnologia e estabeleça objetivos para que dentro de uma política de longo prazo consiga sustentar um uso qualificado de tecnologia que a leve a um novo patamar de interação com seu público e a sociedade em geral. A sustentabilidade de um processo continuado se faz necessária tanto para aquisição de equipamentos (que se depreciam rapidamente), como para formação continuada da equipe.
Durante o trabalho de campo, no final das entrevistas com gestores de bibliotecas públicas aconteceram conversas entre a pesquisadora e os entrevistados sobre a integração de tecnologia em atividades culturais. Ao mesmo tempo que surgia uma motivação para percorrer tal caminho, apareciam também as lamentações sobre a necessidade de formação das equipes das bibliotecas, necessidade de melhor conexão a internet e algumas vezes a necessidade de melhores equipamentos. Nessas conversas vários gestores criticaram a formação que suas equipes estão recebendo tanto em cursos de biblioteconomia como em cursos de curta duração para treinamento de atendentes de biblioteca (formações promovidas muitas vezes pelos sistemas estaduais ou municipais).
Em uma das bibliotecas visitadas, ao abordar a problemática da política de inclusão digital ser repartida, sendo o acesso a tecnologia isolado dos programas das bibliotecas, a pesquisadora traçou a hipótese de que determinados grupos como o das senhoras que solicitam oficinas de tricô e culinária (grupo existente em tal biblioteca), não passaria a utilizar tecnologia para pesquisar e publicar com motivação nesses temas se não viesse a existir uma liderança e animação da equipe da biblioteca neste sentido. Então os respondentes (membros da coordenação da biblioteca) compreenderam, valorizaram, e expressaram o entendimento de uma evolução que poderia acontecer:
A biblioteca atrai as pessoas para oficinas, então promove a leitura sobre aquele tema, em um terceiro momento essas pessoas poderiam consultar sobre este tema na internet e depois debater em um grupo de rede social (fechado ou aberto) e ainda construir conteúdo com maior relevância para os usuários locais, exercendo autoria na internet.
Diante dessas questões a recomendação principal desta pesquisa difere de um curso de formação e de sugestão de indicadores, e propõe o estímulo ao comprometimento com um plano de integração de tecnologia . Ao invés de recomendar cursos e indicadores, propõe-se etapas para um plano de integração de tecnologia.
Sugere-se aqui que se invistam recursos em um serviço de orientação às bibliotecas para integração de tecnologia que funcionaria ao mesmo tempo como credenciamento destas bibliotecas para continuidade e ampliação no repasse de recursos do governo. Ainda que de maneira muito genérica esboçam-se aqui algumas etapas de um plano de integração. O objetivo deste esboço é facilitar a compreensão do processo proposto, não se pretende aqui propor a definição específica de cada etapa, pois se acredita que o envolvimento dos atores nacionais seja necessário para a construção definitivo das etapas do plano de integração.
Propõe-se que as bibliotecas sejam motivadas a se engajar em um plano de integração de tecnologia. Esta proposta aconteceria em forma de piloto com algumas bibliotecas brasileiras que receberiam orientação, mas também algum apoio financeiro para dar conta das ações complementares demandadas para percorrer as etapas do plano. Sugere-se que uma equipe lidere o projeto em nível nacional (ou abrangência definida para o piloto) e estabeleça definições e atue na orientação e animação das bibliotecas participantes através das algumas etapas.
Etapas para plano de integração de tecnologia:
1. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS para o uso de tecnologia com por exemplo: atrair mais público, servir melhor o público, desenvolver novos serviços que contemplem missões ou funções que antes não eram contempladas pela biblioteca ( ou eram de forma limitada). Definir uma lista para facilitar que as bibliotecas selecionem alguns objetivos sugeridos.
2. Usar uma LISTA DE POSSÍVEIS SERVIÇOS com uso de tecnologia em biblioteca públicas de todo o mundo. Esta lista seria iniciada no projeto piloto mas alimentada de forma continuada por seus usuários e gerenciada pelo SNBP ou organização que venha a implementar o projeto piloto. Um formulário com estrutura simplificada permitiria a participação das equipes das bibliotecas que alimentariam esta lista com sugestões a serem avaliadas e revisadas pelo SNBP (ou equipe líder do projeto) e então incorporadas a coleção (lista) de serviços com tecnologia para bibliotecas públicas. Nesta estrutura descritiva deve aparecer sugestão de indicador de uso deste serviços e meios de verificação, e se possível, o custo estimado para iniciar e manter os serviços. Este custo não precisa aparecer em números mas pode ser descrito como por exemplo: um profissional com formação em comunicação com dedicação de 30 horas semanais. Equipamento com tais características, espaço com tais características.
3. Uma PÁGINA NA INTERNET para CADA um dos SERVIÇOS mais populares entre as bibliotecas públicas envolvidas, comunicaria as características dos serviços, exemplos e link para grupo de discussão (rede social) das bibliotecas que praticam ou estão interessadas em praticar este serviço. Esta página destacaria os indicadores usados para avaliar o serviço e comunicaria os resultados das bibliotecas participantes, não apenas com casos de sucesso (como é usual) mas com indicadores previamente determinados. A página contaria com a participação de representantes das bibliotecas que desenvolvem o serviço, estes debateriam ali ou em redes sociais com links disponíveis nessa página, os desafios e conquistas relacionados a este serviço da biblioteca pública. Tendo uma animação gerenciada pelo projeto (equipe líder do projeto piloto) com foco prioritário em indicadores do serviço, bem como disseminação dos novos serviços. A página contaria com pequenos vídeos onde os representantes das bibliotecas públicas protagonistas compartilhariam como desenvolvem o serviço em suas organizações. Vídeos simples gravados com a webcam de um laptop e editados no Movie Maker (ou similar) com adição de fotos do serviço na biblioteca pública. Sempre destacando objetivos, indicadores e resultados, pois tecnologia custa dinheiro e orçamentos precisam de propostas com objetivos claros e de relatórios consistentes para possibilitar a renovação de recursos através dos anos. Tecnologia necessita investimento constante não apenas para manter a internet, mas para renovar os equipamentos e oportunizar aprendizagem ou desenvolvimento profissional as equipes envolvidas.
Bibliotecas Produtoras:
O piloto contaria com espaços online com foco em “Como integramos Tecnologia em nossas biblioteca públicas” . Para cada serviço em destaque, sob liderança da equipe líder do projeto piloto, as biblioteca públicas protagonistas receberiam um apoio para produzir materiais e conteúdos para alimentação inicial desta rede, o apoio aconteceria com formação em tecnologia mas se possível também com repasse de valores às biblioteca públicas engajadas ( produtoras). A produção de relatos de suas práticas em meio digital seria também de grande valor para o desenvolvimento profissional das equipes das bibliotecas já que eles usariam nesses relatos os mesmos aplicativos que viriam a disseminar entre os usuários da biblioteca.
As produções das biblioteca públicas sobre determinados serviços dariam destaque a objetivo, indicador e resultado, mas também valorizariam a ilustração do processo com objetivo de cativar e motivar outras biblioteca públicas a desenvolverem tal serviço. Neste contexto surgiria a formação a distância sob demanda para aquelas biblioteca públicas interessadas e atuantes em serviços específicos. Alguns serviços seriam estabelecidos pela coordenação do programa como lançadores deste processo. A sugestão da pesquisadora para serviços inicias seria:
1. INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIA NAS ATIVIDADES CULTURAIS realizadas com crianças e jovens com objetivo de estímulo a leitura. Uso de software para desenho, animação, história em quadrinhos, construção de e-book ( com templates infantis) e web sites para representação de personagens , fatos da literatura trabalhada pelas equipe da biblioteca na contação de história ou teatro. Uso da internet também para pesquisa sobre a história em foco, personagens e fatos e ambientes.
2. INFORMATIZAÇÃO DO CATÁLOGO – um grupo com perfil administrativo lideraria ações para compartilhar processos, custos, tempo necessário e trabalharia na sistematização de práticas com os seguintes objetivos:
Durante o trabalho de campo, no final das entrevistas com gestores de bibliotecas públicas aconteceram conversas entre a pesquisadora e os entrevistados sobre a integração de tecnologia em atividades culturais. Ao mesmo tempo que surgia uma motivação para percorrer tal caminho, apareciam também as lamentações sobre a necessidade de formação das equipes das bibliotecas, necessidade de melhor conexão a internet e algumas vezes a necessidade de melhores equipamentos. Nessas conversas vários gestores criticaram a formação que suas equipes estão recebendo tanto em cursos de biblioteconomia como em cursos de curta duração para treinamento de atendentes de biblioteca (formações promovidas muitas vezes pelos sistemas estaduais ou municipais).
Em uma das bibliotecas visitadas, ao abordar a problemática da política de inclusão digital ser repartida, sendo o acesso a tecnologia isolado dos programas das bibliotecas, a pesquisadora traçou a hipótese de que determinados grupos como o das senhoras que solicitam oficinas de tricô e culinária (grupo existente em tal biblioteca), não passaria a utilizar tecnologia para pesquisar e publicar com motivação nesses temas se não viesse a existir uma liderança e animação da equipe da biblioteca neste sentido. Então os respondentes (membros da coordenação da biblioteca) compreenderam, valorizaram, e expressaram o entendimento de uma evolução que poderia acontecer:
A biblioteca atrai as pessoas para oficinas, então promove a leitura sobre aquele tema, em um terceiro momento essas pessoas poderiam consultar sobre este tema na internet e depois debater em um grupo de rede social (fechado ou aberto) e ainda construir conteúdo com maior relevância para os usuários locais, exercendo autoria na internet.
- Mas como introduzir este novo conceito de uso de tecnologia nas bibliotecas?
- Será que uma formação despertaria o interesse das equipes das bibliotecas?
- Como comunicar estas novas possibilidades e como definir esta formação?
- Como essas novas ações seriam monitoradas?
- Que indicadores de uso de tecnologia deveriam ser usados?
Diante dessas questões a recomendação principal desta pesquisa difere de um curso de formação e de sugestão de indicadores, e propõe o estímulo ao comprometimento com um plano de integração de tecnologia . Ao invés de recomendar cursos e indicadores, propõe-se etapas para um plano de integração de tecnologia.
Sugere-se aqui que se invistam recursos em um serviço de orientação às bibliotecas para integração de tecnologia que funcionaria ao mesmo tempo como credenciamento destas bibliotecas para continuidade e ampliação no repasse de recursos do governo. Ainda que de maneira muito genérica esboçam-se aqui algumas etapas de um plano de integração. O objetivo deste esboço é facilitar a compreensão do processo proposto, não se pretende aqui propor a definição específica de cada etapa, pois se acredita que o envolvimento dos atores nacionais seja necessário para a construção definitivo das etapas do plano de integração.
Propõe-se que as bibliotecas sejam motivadas a se engajar em um plano de integração de tecnologia. Esta proposta aconteceria em forma de piloto com algumas bibliotecas brasileiras que receberiam orientação, mas também algum apoio financeiro para dar conta das ações complementares demandadas para percorrer as etapas do plano. Sugere-se que uma equipe lidere o projeto em nível nacional (ou abrangência definida para o piloto) e estabeleça definições e atue na orientação e animação das bibliotecas participantes através das algumas etapas.
Etapas para plano de integração de tecnologia:
1. DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS para o uso de tecnologia com por exemplo: atrair mais público, servir melhor o público, desenvolver novos serviços que contemplem missões ou funções que antes não eram contempladas pela biblioteca ( ou eram de forma limitada). Definir uma lista para facilitar que as bibliotecas selecionem alguns objetivos sugeridos.
2. Usar uma LISTA DE POSSÍVEIS SERVIÇOS com uso de tecnologia em biblioteca públicas de todo o mundo. Esta lista seria iniciada no projeto piloto mas alimentada de forma continuada por seus usuários e gerenciada pelo SNBP ou organização que venha a implementar o projeto piloto. Um formulário com estrutura simplificada permitiria a participação das equipes das bibliotecas que alimentariam esta lista com sugestões a serem avaliadas e revisadas pelo SNBP (ou equipe líder do projeto) e então incorporadas a coleção (lista) de serviços com tecnologia para bibliotecas públicas. Nesta estrutura descritiva deve aparecer sugestão de indicador de uso deste serviços e meios de verificação, e se possível, o custo estimado para iniciar e manter os serviços. Este custo não precisa aparecer em números mas pode ser descrito como por exemplo: um profissional com formação em comunicação com dedicação de 30 horas semanais. Equipamento com tais características, espaço com tais características.
3. Uma PÁGINA NA INTERNET para CADA um dos SERVIÇOS mais populares entre as bibliotecas públicas envolvidas, comunicaria as características dos serviços, exemplos e link para grupo de discussão (rede social) das bibliotecas que praticam ou estão interessadas em praticar este serviço. Esta página destacaria os indicadores usados para avaliar o serviço e comunicaria os resultados das bibliotecas participantes, não apenas com casos de sucesso (como é usual) mas com indicadores previamente determinados. A página contaria com a participação de representantes das bibliotecas que desenvolvem o serviço, estes debateriam ali ou em redes sociais com links disponíveis nessa página, os desafios e conquistas relacionados a este serviço da biblioteca pública. Tendo uma animação gerenciada pelo projeto (equipe líder do projeto piloto) com foco prioritário em indicadores do serviço, bem como disseminação dos novos serviços. A página contaria com pequenos vídeos onde os representantes das bibliotecas públicas protagonistas compartilhariam como desenvolvem o serviço em suas organizações. Vídeos simples gravados com a webcam de um laptop e editados no Movie Maker (ou similar) com adição de fotos do serviço na biblioteca pública. Sempre destacando objetivos, indicadores e resultados, pois tecnologia custa dinheiro e orçamentos precisam de propostas com objetivos claros e de relatórios consistentes para possibilitar a renovação de recursos através dos anos. Tecnologia necessita investimento constante não apenas para manter a internet, mas para renovar os equipamentos e oportunizar aprendizagem ou desenvolvimento profissional as equipes envolvidas.
Bibliotecas Produtoras:
O piloto contaria com espaços online com foco em “Como integramos Tecnologia em nossas biblioteca públicas” . Para cada serviço em destaque, sob liderança da equipe líder do projeto piloto, as biblioteca públicas protagonistas receberiam um apoio para produzir materiais e conteúdos para alimentação inicial desta rede, o apoio aconteceria com formação em tecnologia mas se possível também com repasse de valores às biblioteca públicas engajadas ( produtoras). A produção de relatos de suas práticas em meio digital seria também de grande valor para o desenvolvimento profissional das equipes das bibliotecas já que eles usariam nesses relatos os mesmos aplicativos que viriam a disseminar entre os usuários da biblioteca.
As produções das biblioteca públicas sobre determinados serviços dariam destaque a objetivo, indicador e resultado, mas também valorizariam a ilustração do processo com objetivo de cativar e motivar outras biblioteca públicas a desenvolverem tal serviço. Neste contexto surgiria a formação a distância sob demanda para aquelas biblioteca públicas interessadas e atuantes em serviços específicos. Alguns serviços seriam estabelecidos pela coordenação do programa como lançadores deste processo. A sugestão da pesquisadora para serviços inicias seria:
1. INTEGRAÇÃO DE TECNOLOGIA NAS ATIVIDADES CULTURAIS realizadas com crianças e jovens com objetivo de estímulo a leitura. Uso de software para desenho, animação, história em quadrinhos, construção de e-book ( com templates infantis) e web sites para representação de personagens , fatos da literatura trabalhada pelas equipe da biblioteca na contação de história ou teatro. Uso da internet também para pesquisa sobre a história em foco, personagens e fatos e ambientes.
- Objetivo de estimular a leitura através da tecnologia.
- Desenvolver habilidade de uso de tecnologia
- Criatividade, colaboração, comunicação, cidadania digital, habilidade de busca de informação e pensamento crítico (NETS).
2. INFORMATIZAÇÃO DO CATÁLOGO – um grupo com perfil administrativo lideraria ações para compartilhar processos, custos, tempo necessário e trabalharia na sistematização de práticas com os seguintes objetivos:
- Minimizar o retrabalho no cadastramento de títulos,
- Melhorar o conhecimento técnico para uso de softwares
- Explorar soluções para bibliotecas de vários tamanhos e em diferentes situações, desde aquelas que não possuem catalogação do acervo; que usam caderno para registrar empréstimos ou fichas catalográficas, ou planilha de Excel para gerenciar o acervo;aquelas que começaram o processo de informatização mas o conduzem lentamente com dificuldade para concluí-lo; e aquelas que digitalizaram mas não conseguem disponibilizá-lo na Internet . O grupo responsável por este serviço disponibilizaria indicadores de custos de informatização bem como de aumento de circulação de acervo a partir da informatização, entre outros.